terça-feira, 3 de agosto de 2010

Passagens


Ouvi dizer que o amor é bem como as estações de metrô da Paulista. Começa no Paraíso e termina na Consolação. Pode ser, é, e talvez sempre seja. O bom desse lance é que você sempre pode tomar o metrô de novo, lá no Paraíso, basta querer. As mudanças são inevitáveis e acontecem o tempo todo. Essa é a beleza da vida. Não ser algo estático e previsível. Eu fico com Raul, mudando sempre, sem pudor. Persigo cada sonho, delírio e desejo volátil do meu coração ou insana faculdade mental. Embarco novamente, sempre. Sentar, me acomodar e me conformar, só pra ver o "metrô" passar, nunca. Sejam muito bem vindos novos amores! Sejam muito bem vindos novos delírios!

Sobre o novo


Acordei aos 30 e poucos anos. Não mais louca ou menos ciente de minha condição. Estava só pela primeira vez entre muitos relacionamentos. Estava nua e sozinha, mas despida de qualquer solidão ou tristeza. Não me sentia fria, derrotada ou apagada. Abri meus olhos em paz.
Sempre acompanhada de amores, amigos, separações e tragédias, o silêncio do meu exílio emocional, agora me confortava.
Já não era só em meio a uma multidão. As pessoas, surpresas e curiosas, me assistiam. Eu me encontrava e me remendava.
Cicatrizes depois, você me encontrou.
Um azul imenso e misterioso se abria como o mar. Queria mergulhar logo de cara, sem temer pedras ou correntezas. Mas, logo fui assombrada pela imagem das lindas e imponentes ondas, arrastando toda sua perfeição e beleza, sendo quebradas contra as rochas.
O receio vai se dissipando enquanto percebo que tudo é novo, apesar dos velhos medos e incertezas.
Sorrio como nunca.
Escrevo agora, um filme inédito e de trilha sonora inovadora.
E isso é bom...