terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eu apenas queria que você soubesse

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse

Gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

terça-feira, 9 de novembro de 2010

SUS Francisco


Meu nome é Andrea e na sexta-feira, dia 5 de novembro de 2010, fui picada por um inseto. A picada foi dentro de uma de minhas narinas e não pude identificar o inseto.

A dor era excruciante e minha narina se fechou. Logo, o lado direito do meu rosto ficou dormente e inchado e podia sentir uma "fisgada" atrás do meu olho direito. Obviamente fiquei muito assustada e fui levada para o atendimento de emergência do Hospital São Francisco.

Pago meu convênio (que não é barato) todos os meses, dentro do prazo de vencimento e o que espero do hospital é, no mínimo, um retorno de qualidade.

Ao chegar, fui encaminhada a uma salinha onde uma enfermeira fez uma pré-avaliação para ter certeza de que minha glote não estava se fechando devido a uma reação alérgica. Ao constatar que não era esse o caso, recebi uma pulseirinha azul (caso sem urgência) e tentei achar um lugar para me sentar, pois o local estava abarrotado de gente. Aguardei ser chamada para "abrir uma fichinha". A dor só aumentava e a dormência se espalhava. Depois de 40 minutos fui chamada para fazer a tal "fichinha" e recebi outra pulseirinha, dessa vez com o meu nome nela. O sinal de telefone praticamente não existe no local e comunicar-se fica bem difícil. Não que isso seja de responsabilidade do hospital, mas o pavor e o desespero só aumentam quando você teme sair do seu lugar para ir telefonar e assim perder "sua vez".

Os nomes eram chamados por um interfone. Não era possível entender o nome dos pacientes. O clima de tensão e revolta foi tomando conta do lugar. As pessoas começaram a gritar e reclamar do atendimento. A polícia quase teve que ser chamada. Os funcionários do hospital São Francisco optavam por ignorar as reclamações e seguir em frente.

Depois de 2 horas e meia, fui reclamar com uma funcionária, chorando e tremendo de dor. Algo extremamente humilhante para alguém que paga por um serviço e que está naquele momento sofrendo muito de dor e mal consegue pensar. Implorar por atendimento não deveria ser a solução. Após meu pedido tão convincente, fui encaminhada para a sala de observação, onde um plantonista veio me ver.

Ele me perguntou o que havia acontecido, não me tocou, não olhou nada e prescreveu dois medicamentos que deveriam ser aplicados ali mesmo. O médico perguntou para a enfermeira se ele poderia misturar as duas medicações. A enfermeira respondeu que não, num tom bem claro de indignação.

Eu só pensava no fim da dor e ignorei minha vontade de ir embora daquele lugar imediatamente.

A enfermeira então, aplicou as duas injeções e disse que eu poderia voltar pra casa. Meu pesadelo havia chegado ao fim.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"With you I´m born again"


Texto extraído do primeiro episódio da sétima temporada de Grey´s Anatomy - "With you I´m born again."

"Toda célula do corpo humano se regenera. Em média a cada 7 anos. Como cobras, da nossa maneira, nós mudamos de pele. Biologicamente somos novas pessoas. Podemos parecer os mesmos. Provavelmente somos. A mudança não é visível. Pelo menos, não para a maioria das pessoas. Mas todos mudamos. Completamente. Pra sempre.
Quando dizemos coisas como "as pessoas não mudam", deixamos os cientistas loucos. Por que a mudança é, literalmente, a única constante da ciência.
Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo.
O modo como as pessoas tentam NÃO MUDAR é que não é natural.
Como queremos que as coisas voltem ao invés de aceitarmos. O modo como nos apegamos a velhas memórias ao invés de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, que algo nessa vida é permanente.
A mudança é constante. Como vivemos essa mudança depende de nós.
Pode parecer a morte. Ou, uma segunda chance.
Se relaxarmos nossos dedos, nos desapegarmos e irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance. Como se a qualquer momento pudéssemos nascer de novo."  

Pois é...
Clichezão já comprovado por mim: Não temos e nunca teremos como mudar alguém, mas podemos mudar a nós mesmos sempre que quisermos. Esse é o segredo e a delícia de viver.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fuga

Raia o luar
percorrendo a metade
vazia da cama
As mãos escorregam
numa frenética procura
Foi ter o que havia lá fora
Esqueceu que não
poderia voltar
Raia o luar
percorrendo o vazio

domingo, 19 de setembro de 2010

ReflEXionando


Essa semana foi no mínimo estranha. Sempre fui muito certa de que "ex" se é "ex" é por que algo não deu certo. Concordo com a piadinha na qual os falecidos são comparados ao Mc Donalds - "todos sabem que faz mal, mas insistem em comer de novo".
Pra mim, a insistência nesse erro foi mais como ver um filme dos anos 80 com o John Travolta. Não teve a mesma graça e não foi tão interessante quanto à primeira vez. Na verdade, foi uma experiência frustrante e ultrapassada.
A nostalgia e a carência fazem com que as pessoas acreditem em sentimentos inexistentes e muitas vezes surreais.
Só falo disso agora por que esses dias foram como uma volta ao passado em um telefonema, um e-mail e um diálogo no msn.
Como uma pessoa pode, depois de anos sem contato algum, dizer que você nunca saiu da vida dela? Super freak no mínimo. Como pode ela acreditar que você ainda é aquela menina de 17 anos cheia de sonhos e de coração intacto?
O que impediu essa pessoa de te procurar antes? Por que só agora, na crise dos 30 e poucos anos e na crise conjugal?
Quer mesmo que eu responda?
Poxa! Acorda aí! Esse trem já passou!
Minha avó já dizia que a oportunidade é um bicho que só tem topete e não tem rabo.
As pessoas tem o direito SIM de tentar de novo, em tudo na vida, mas por motivos concretos e não devaneios mergulhados em arrependimentos e saudosismo.
Tá, todo mundo tem saudade de um tempo "bom". Um tempo que está longe e por isso nos desvia das memórias ruins. Se o tempo era tão bom assim, o que foi que deu errado?
Só se tem dez anos uma vez e com o nascer de uma nova idade, morre nossa inocência e, com ela, nosso "sou 100% feliz".
Está mais do que na hora de crescer, aparecer e se dar conta de que o maior clichê de todos é também o que faz mais sentido - De MOMENTOS FELIZES e do PRESENTE - é disso que a vida é feita.
Um brinde ao PASSADO! Mas... só revisito meus passos a fim de não cometer os mesmos erros.
Ouvi ainda essa semana e termino esse post repetindo essa frase: "Quero mais investir em boas memórias e histórias pra contar".
Para isso, quero aproveitar muito cada NOVO e PRESENTE segundo a mim dado e agarrar cada topete que por mim passar, por menor que ele seja.
Agora me dêem licença por que como já disseram, "vou ali ser feliz e já volto". Ou não, rsrs. ;)

I am an ad(dicted)

"O segredo de toda originalidade efetiva na propaganda não está na criação de palavras e imagens novas e complicadas, mas em colocar palavras e imagens familiares em novos relacionamentos." (Leo Burnett)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Passagens


Ouvi dizer que o amor é bem como as estações de metrô da Paulista. Começa no Paraíso e termina na Consolação. Pode ser, é, e talvez sempre seja. O bom desse lance é que você sempre pode tomar o metrô de novo, lá no Paraíso, basta querer. As mudanças são inevitáveis e acontecem o tempo todo. Essa é a beleza da vida. Não ser algo estático e previsível. Eu fico com Raul, mudando sempre, sem pudor. Persigo cada sonho, delírio e desejo volátil do meu coração ou insana faculdade mental. Embarco novamente, sempre. Sentar, me acomodar e me conformar, só pra ver o "metrô" passar, nunca. Sejam muito bem vindos novos amores! Sejam muito bem vindos novos delírios!

Sobre o novo


Acordei aos 30 e poucos anos. Não mais louca ou menos ciente de minha condição. Estava só pela primeira vez entre muitos relacionamentos. Estava nua e sozinha, mas despida de qualquer solidão ou tristeza. Não me sentia fria, derrotada ou apagada. Abri meus olhos em paz.
Sempre acompanhada de amores, amigos, separações e tragédias, o silêncio do meu exílio emocional, agora me confortava.
Já não era só em meio a uma multidão. As pessoas, surpresas e curiosas, me assistiam. Eu me encontrava e me remendava.
Cicatrizes depois, você me encontrou.
Um azul imenso e misterioso se abria como o mar. Queria mergulhar logo de cara, sem temer pedras ou correntezas. Mas, logo fui assombrada pela imagem das lindas e imponentes ondas, arrastando toda sua perfeição e beleza, sendo quebradas contra as rochas.
O receio vai se dissipando enquanto percebo que tudo é novo, apesar dos velhos medos e incertezas.
Sorrio como nunca.
Escrevo agora, um filme inédito e de trilha sonora inovadora.
E isso é bom...