quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Música para a alma


Na noite de ontem, num ato de transgressão delicioso, matei minhas aulas na faculdade e fui materializar um desejo antigo.
Ao chegar ao auditório do SESC Ribeirão Preto, a energia, combustível essencial à vida, tomava conta dos 200 assentos e de seus respectivos ocupantes. Alguns minutos depois, direto do Cavern Club, o palco é inundado por um duo de luz e magia chamado DUOFEL.
A cada canção, uma sensação nova e inebriante parece percorrer nosso corpo inteiro e sorrateiramente nos penetrar e preencher. Sim, como muito bem colocado por eles, a música desse duo não é para a rádio ou para a televisão. É música para a alma. Aqui, ali, em todo lugar.
Assim, surfamos em um trem através do universo, passando pelos campos de morango, pelo tolo na colina e por todas as pessoas solitárias a espera do sol que vinha chegando.
Em apenas um dia em nossas vidas, The FAB 4 era reinventado aos nossos ouvidos e corações pelo The FAB 2.    


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Classificados


Vendem-se um SONHO não realizado e uma PROMESSA não cumprida. Ambos ainda na caixa. Motivo: MUDANÇA.


sábado, 22 de outubro de 2011

POKER FACE - texto extraído do sexto episódio da sétima temporada de Grey's Anatomy


"Quando ainda bebês somos fáceis de decifrar. Um choro e estamos com fome, outro e estamos cansados. A coisa só dificulta quando nos tornamos adultos. Começamos a esconder nossos sentimentos. Erguemos barreiras. Chegamos ao ponto em que nunca sabemos realmente como alguém pensa ou se sente.
Sem querer, nos tornamos mestres em disfarces.
Nem sempre é fácil se expressar. Às vezes precisamos ser forçados. Mas, às vezes é melhor apenas guardar o que sentimos. Fazer-se de mudo. Mesmo quando todo o seu corpo está implorando para se libertar.
Então, você fecha sua boca, mantêm o segredo e encontra outras maneiras de ser feliz." 

sábado, 1 de outubro de 2011

Os 4 Fs.

Amanhece e me sinto em uma propaganda de margarina ou em uma cena de um filme com final feliz. De repente tudo fica claro. Tudo se encaixa e nada parece fazer falta. Sei o que tenho que fazer e quem sou.
Me pego olhando no espelho e vendo o quanto sou bela e única. Pois é, por mais piegas ou clichê que isso possa soar, essa é a verdade. Somos, na maioria das vezes, seres belos e únicos. Ok, ainda existem seres acéfalos que insistem em ser mais uma cópia do mesmo. Mas a grande maioria já despertou para a realidade do milênio. Podemos e devemos ser o que somos, individualmente e diferentemente. O que não vale é se julgar superior ou o topo da cadeia evolutiva. O que não é justo é o desrespeito e a incapacidade de amar algo além da própria imagem. O que nos destrói e nos destitui de qualquer beleza é o eterno culto ao egoísmo, ao hedonismo e ao narcisismo. Essa tríplice aliança, inevitavelmente, nos conduz ao exílio emocional e eventualmente, ao exílio físico.
Essa enxurrada de ideias que me assola hoje é uma luta interna, quase inerente ao meu respirar.
Meus neurônios confabulam e me alertam sobre o próximo passo. Exigem uma atitude estratégica e racional que resultará em algo positivo e seguro.
Já meu desejo de ser um trem desgovernado e pronto pra destruir tudo a minha frente, ou de me jogar pelo mundo sem destino ou paradeiro, grita e me confunde.
Amanhece e me sinto em um drama mexicano ou em um filme do Tarantino.
Sou inundada por inúmeras vontades e loucuras todos os dias. Tudo conspira para isso. Novas oportunidades e novos prazeres saltam em cada esquina que resolvo dobrar. Meu trajeto nunca parece ser a definição de uma reta. Nada parece estar ao menor alcance. Todo caminho que penso em tomar abriga novas promessas. Olho para o espelho e repito: "Foco, força, fé e foda-se!".

Sobre o meu post "Os 4 Fs".

"O Direito ao Palavrão"
[Luís Fernando Veríssimo]

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a “vulgarização” do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.

“Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que “Pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Pra caralho, o Sol é quente Pra caralho, o universo é antigo Pra caralho, eu gosto de cerveja Pra caralho, entende?

No gênero do “Pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso “Nem fodendo!”. O “Não, não e não!” e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade “Não, absolutamente não” o substituem. “Nem fodendo” é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo “Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!”. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um “é PhD porra nenhuma!”, ou “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e, mais recentemente, o “prepone” – presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um “Puta-que-pariu!”, ou seu correlato “Puta-que-o- pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba… Diante de uma notícia irritante qualquer um “puta-que-o- pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

Seja simples: Foda-se.
E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cú!”? E sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho do seu cú!”. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Vai tomar no olho do seu cú!”. Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu!”. E sua derivação mais avassaladora ainda: “Fodeu de vez!”. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? “Fodeu de vez!”.
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”? O “foda- se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. “Não quer sair comigo? Então foda-se!”. “Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”. O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!.


domingo, 22 de maio de 2011

Babe it´s you.

Será verdade o que dizem sobre você?
Não raro me pego cantando aquela música. A trilha sonora perfeita para mais uma frustração. A dor não incomoda tanto quanto o sentimento de fracasso. Na boca só o gosto amargo de muitos clichês. Que chato ser parte de mais um tema de novela. Mais chato ainda querer entender e racionalizar tudo.
Começa então um trabalho meticuloso de juntar pedaços. Nada se quebrou. Eu estou inteira. Os pedaços são do meu esforço pra lembrar do seu rosto quando eu ainda o via sorrir.
Você nunca me viu sorrir. Estava ocupado em ser você. Deixou o nós e a mim de fora. Construiu uma torre a sua volta bloqueando toda e qualquer tentativa de entrada. 
Minhas mãos estão machucadas de tentar te alcançar. Soltei para poder cair. Tentei segurar o que não tem freio. A pancada foi forte.
A saudade daquilo que eu inventei e daquilo que poderia ter sido verdade, chega sorrateira. Desavisada e desarmada, sou invadida e tomada pela dor que também estava à espreita, esperando sua vez.     

Levantar é um ciclo. Um reencontro de velhas cicatrizes. Recuso, renego, relembro, revivo, revisito e reconheço o recomeço.
Volto a escrever minha história sem nós e sem você, mas cheia de eu.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eu apenas queria que você soubesse

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse

Gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

terça-feira, 9 de novembro de 2010

SUS Francisco


Meu nome é Andrea e na sexta-feira, dia 5 de novembro de 2010, fui picada por um inseto. A picada foi dentro de uma de minhas narinas e não pude identificar o inseto.

A dor era excruciante e minha narina se fechou. Logo, o lado direito do meu rosto ficou dormente e inchado e podia sentir uma "fisgada" atrás do meu olho direito. Obviamente fiquei muito assustada e fui levada para o atendimento de emergência do Hospital São Francisco.

Pago meu convênio (que não é barato) todos os meses, dentro do prazo de vencimento e o que espero do hospital é, no mínimo, um retorno de qualidade.

Ao chegar, fui encaminhada a uma salinha onde uma enfermeira fez uma pré-avaliação para ter certeza de que minha glote não estava se fechando devido a uma reação alérgica. Ao constatar que não era esse o caso, recebi uma pulseirinha azul (caso sem urgência) e tentei achar um lugar para me sentar, pois o local estava abarrotado de gente. Aguardei ser chamada para "abrir uma fichinha". A dor só aumentava e a dormência se espalhava. Depois de 40 minutos fui chamada para fazer a tal "fichinha" e recebi outra pulseirinha, dessa vez com o meu nome nela. O sinal de telefone praticamente não existe no local e comunicar-se fica bem difícil. Não que isso seja de responsabilidade do hospital, mas o pavor e o desespero só aumentam quando você teme sair do seu lugar para ir telefonar e assim perder "sua vez".

Os nomes eram chamados por um interfone. Não era possível entender o nome dos pacientes. O clima de tensão e revolta foi tomando conta do lugar. As pessoas começaram a gritar e reclamar do atendimento. A polícia quase teve que ser chamada. Os funcionários do hospital São Francisco optavam por ignorar as reclamações e seguir em frente.

Depois de 2 horas e meia, fui reclamar com uma funcionária, chorando e tremendo de dor. Algo extremamente humilhante para alguém que paga por um serviço e que está naquele momento sofrendo muito de dor e mal consegue pensar. Implorar por atendimento não deveria ser a solução. Após meu pedido tão convincente, fui encaminhada para a sala de observação, onde um plantonista veio me ver.

Ele me perguntou o que havia acontecido, não me tocou, não olhou nada e prescreveu dois medicamentos que deveriam ser aplicados ali mesmo. O médico perguntou para a enfermeira se ele poderia misturar as duas medicações. A enfermeira respondeu que não, num tom bem claro de indignação.

Eu só pensava no fim da dor e ignorei minha vontade de ir embora daquele lugar imediatamente.

A enfermeira então, aplicou as duas injeções e disse que eu poderia voltar pra casa. Meu pesadelo havia chegado ao fim.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"With you I´m born again"


Texto extraído do primeiro episódio da sétima temporada de Grey´s Anatomy - "With you I´m born again."

"Toda célula do corpo humano se regenera. Em média a cada 7 anos. Como cobras, da nossa maneira, nós mudamos de pele. Biologicamente somos novas pessoas. Podemos parecer os mesmos. Provavelmente somos. A mudança não é visível. Pelo menos, não para a maioria das pessoas. Mas todos mudamos. Completamente. Pra sempre.
Quando dizemos coisas como "as pessoas não mudam", deixamos os cientistas loucos. Por que a mudança é, literalmente, a única constante da ciência.
Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo.
O modo como as pessoas tentam NÃO MUDAR é que não é natural.
Como queremos que as coisas voltem ao invés de aceitarmos. O modo como nos apegamos a velhas memórias ao invés de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, que algo nessa vida é permanente.
A mudança é constante. Como vivemos essa mudança depende de nós.
Pode parecer a morte. Ou, uma segunda chance.
Se relaxarmos nossos dedos, nos desapegarmos e irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance. Como se a qualquer momento pudéssemos nascer de novo."  

Pois é...
Clichezão já comprovado por mim: Não temos e nunca teremos como mudar alguém, mas podemos mudar a nós mesmos sempre que quisermos. Esse é o segredo e a delícia de viver.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fuga

Raia o luar
percorrendo a metade
vazia da cama
As mãos escorregam
numa frenética procura
Foi ter o que havia lá fora
Esqueceu que não
poderia voltar
Raia o luar
percorrendo o vazio